sábado, 22 de junho de 2013

Situações de Aprendizagem

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM do Texto "Meu Primeiro Beijo - Antonio Barreto
Por Thaís Diniz
Tema: O beijo e a arte
Conteúdo: O estudo da crônica “O Primeiro Beijo” – Antonio Barreto; Retomada do gênero crônica e receita; Análise das obras de artes de Gustav Klimt, Constantin Brancusi e Rubens Gerchman; Estudos de ciências sobre as reações do corpo ao contato do beijo.
Público Alvo: 8ª Série (9º Ano)
Tempo Previsto: 10 aulas
Objetivo Geral: Fazer um estudo interdisciplinar sobre as relações humanas.
Objetivos Específicos: Entender a relação entre o texto e os personagens; Relacionar o texto a obras de artes (pinturas e esculturas); Entender a reação do corpo mediante ao beijo
Justificativa: Explicitar as reações humanas (sensoriais, emocionais, psicológicas e intelectuais) dentro das Artes (Literatura, Ciências e Artes)
Recursos: Crônica: “Primeiro Beijo” – Antonio Barreto; Imagens das telas de Gustav Klimt; Esculturas de Brancusi e Gerchman, Materiais recicláveis e materiais químicos para realização de experiências.
Avaliação: Fundamentados nos estudos interdisciplinares realizados, confeccionar um mural e um estande para uma exposição sobre “O beijo e a arte”, com “receitas” de um primeiro beijo, instalações e experimentos científicos.
Estratégias:
1º Passo: Nas aulas de Língua Portuguesa, antes de realizar a leitura do texto, promover uma discussão e enquete sobre: “O Primeiro Beijo”, com as seguintes questões:
Como foi o seu primeiro beijo?
Foi como você esperava?
Existe uma idade certa para ele acontecer?
O que é necessário para se querer beijar?
Existe um método certo?
Como o seu corpo reagiu?
Aguardar as respostas e direcioná-las para o texto;
2º Passo: Promover a leitura compartilhada e ininterrupta, atentando-se para entoação e estratégias de leitura;
Meu Primeiro Beijo – Antonio Barreto
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
"Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!

3º Passo: Solicitar por parte deles uma leitura silenciosa e o levantamento do vocabulário desconhecido;
(glicose, metabolismo, exausto, expressivos, perdigotos, albumina, etc)
4º Passo: Esclarecer o vocabulário e retomar as características dos gêneros: Crônica e Receita;
5º Passo: Fazer um levantamento sobre as expressões não entendidas e esclarecê-las, tais como: “Cultura Inútil”, “Culta”, “Paracelso”...
6º Passo: Levá-los à reflexão quanto ao tempo de duração dos gêneros citados e da relação dos personagens.
7º Passo: Discutir sobre a superficialidade das relações e seus encontros e desencontros.
8º Passo: Solicitar a ajuda da professora de Ciências para esclarecer os efeitos físicos e sensoriais que o corpo passa durante o beijo. E o auxílio da professora de Artes para introduzir e esclarecer as obras de arte sobre “O beijo”  e como elaborar instalações artísticas.
  


      
9º Passo: Após os estudos realizados acima, retomar o entendimento deles acerca do texto: Quais as reflexões que fizeram? A quais conclusões chegaram? Compreenderam as obras de arte? Apreenderam a essência do beijo em todas elas? Entenderam as reações pelas quais o corpo passa? Identificaram algumas delas?
10º Passo: Após esse levantamento, cada professor na sua disciplina promoverá o seu trabalho para a exposição:
Língua Portuguesa: Receitas de como se obter sucesso no primeiro beijo;
Artes: Maquetes e instalações artísticas representando “O primeiro beijo”;
Ciências: Experiências com materiais reagentes simulando sensações do corpo para “o primeiro beijo”


                   Sequência Didática

Texto: Avestruz                                   Por: Sueli Pereira
Autor: Mario Prata
Público Alvo: 7º ano.

A construção de uma situação de aprendizagem para explorar, desenvolver e ampliar capacidade de leitura, a partir das seguintes estratégias apresentadas nas etapas abaixo:

1º Ativação de Conhecimento de Mundo:

- O que vocês esperam encontrar em um texto que tem esse título?

- Vocês conhecem o Avestruz?

- Alguém já o viu de perto?

- Leitura do texto: Confirmação das hipóteses.

Avestruz
Mario Prata
O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.  
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros - 2,70 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.

2º Localização de Informações:

- Quem é o filho? É uma criança ou um adulto? Quantos anos tem?

- O que ele pede de presente? Por quê?

- Onde o menino mora?

- Quais são as características de um Avestruz? Quanto tempo vive? Esse tipo de ave bota ovos?

- O menino poderia criá-lo dentro de um apartamento?

- O que é um condomínio? Quais são as regras sobre animais nesse tipo de residência?

3º Produção de Inferências locais e globais:

- Localizar no mapa do Brasil a cidade e a região de “Floripa”, mencionada no texto. E São Paulo, pertence a qual região?

- O que significa a frase: “Foi um erro da natureza”- há conotação (explicar com exemplos a definição de conotação).

- Quanto pesa um Avestruz? Vocês acham que ele é pesado mesmo? Ele é maior do que uma pessoa? Qual a utilidade dessa ave? Algumas pessoas usam para competição de corrida, vocês acham que isso é correto?

- O que seria: “Asas atrofiadas”?

- O que significa a expressão: “Struthio Camelus Australis”- Latim: língua morta (por quê?).

- Vocês sabem o que é TPM, Menopausa? (Interdisciplinaridade com a matéria de Ciências).

- Há no texto situações de humor? Cite-os.

4º Recuperação do Contexto de Produção:

 - Quem é o autor? Sua biografia.

- A que gênero pertence o texto? Quais são as características desse tipo de gênero?

- Em que veículo de comunicação podemos encontrá-lo? Quem o lê?

- Há um sentimento do garoto pelo Avestruz? Resgatar valores de preservar os animais.

- Vocês acham essa ave “feia” como é mencionado no texto? Resgatar os valores sociais e morais e a discriminação.

5º Intertextualidade e interdiscursividade:

Conto: O patinho feio

Era uma vez uma pata que estava a chocar alguns ovos. Os dias foram-se passando e chegou a altura dos patos nascerem. Mas havia um pato que era diferente de todos os outros. Era gordo e muito feio, a pata não gostava dele e só lhe dava desprezo. Os dias foram-se passando e os patinhos iam crescendo, o patinho já não aguentava mais que os outros irmãos gozassem mais com ele. Ate lhe deram o no de “Patinho feio”. Um dia a pata mandou-o embora e disse-lhe que ele era a vergonha da família e ele foi. Teve algum tempo a viver sozinho ao pé de um lago, ate que um dia encontrou alguns cisnes e começaram a falar ele disse que era feio. E descobriram que eram  irmãos disseram lhe que ele era muito bonito. E na verdade o patinho feio já estava muito bonito e era um lindo cisne. Então os outros cisnes levaram o patinho feio à mãe ela pediu-lhe desculpa e ficaram todos felizes.

Letra da Música:Xtudo e o Avestruz

papagaio, beija-flor, galinha, urubu, são aves
Na África vive
a maior ave do mundo.
é grande dá pra montar;
com um chute pode matar;
quando corre, chega a 70 Km por hora;
é capaz de comer
pedra, arame, galho, grama, relógio, anel,
bola de gude
COME TUDO!
X – Tudo é pernudo, pescoçudo,
tem pena macia
põe um ovo enorme
que parece melancia
É ave
mas não voa
Quem sabe o nome dela?
Nunca fala nada
come X-tudo.
A-ves-truz
é mu-do.
Hélio Ziskind

6º Percepção de outras linguagens:

- Gostaram do texto? Por quê?

- Em que momento lembra o seu dia-a-dia?

- Termos científicos:
Reino: Animalia
Filo Chordata
Classe: Ave
Ordem: Struthioniformes
Família e Struthionidae
Gênero: Struthio
Espécie: Struthio camelus
Comentar o uso do latim.

- Produção textual: Crônica * dar um desfecho diferente do texto lido.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

DEPOIMENTOS sobre as Experiências de Leitura e Escrita


O início de tudo...

Os relatos que denunciam e evidenciam essa prática tão inerente do ser humano...


A contaminação dos textos e da gente dentro deles.



1º DEPOIMENTO por CIDA MOTA


Não me recordo com que idade comecei a ler e nem qual foi a minha primeira leitura. Mas sei como foi desenvolvido em mim o desejo e a paixão por ela. Meus queridos avós talvez nem saibam disso, ambos já não estão mais entre nós há muitos anos, mas foram eles que indiretamente me influenciaram no mundo da leitura, nordestinos e analfabetos,  pediam para que eu lesse para eles, muitas vezes eram cartas que eu escrevia para seus parentes que ficaram na Paraíba, outras vezes era a leitura das cartas recebidas por esses parentes, e outras vezes ainda eram os livros de literatura de Cordel que vieram na mala junto deles, quando saíram rumo a São Paulo. Foram eles que me apresentaram essa riqueza literária que é o Cordel; eu viajava pelo mundo de fadas, castelos, serpentes mágicas, príncipes, princesas e acima de tudo pela riqueza vocabular e rítmica desses textos.


Eles acreditavam que eu estava fazendo um favor a eles, mas na verdade eles é que estavam me fazendo um grande favor e estavam me presenteando com toda aquela riqueza cultural, pena que não tive tempo suficiente para amadurecer tudo isso e agradecer a eles, mas quero fazê-lo agora através desse depoimento; eu é que me sentia importante, eles dependiam de mim para aquelas leituras e escritas, eu, uma criança e ter tanta importância assim! Na fase da adolescência lia de tudo, gibis, jornais,devorava livros de romance "água com açúcar" vendidos nas bancas de jornais, e tantas outras coisas.Parafraseando Fernando Pessoa - será  que valeu a pena? "Toda  leitura" vale a pena se a alma não é pequena. Tudo o que "devorei", como bem disse Rubens Alves, serviu para fazer de mim o que sou hoje, sou feita de pedacinhos de pessoas, pedacinhos de personagens, de autores, enfim,  me sinto uma colcha de retalhos.



2º DEPOIMENTO por THAÍS MOTA DINIZ


Subversão, transformação, descoberta, transcendência, absolvição...
O contato com a escrita e a leitura liberta-me de grilhões inconscientes e expandem a minha mente além de limites reais.
Recordo-me de uma citação do mestre Cabral que consegue mensurar parte do que sinto: 


Escrever para mim é uma coisa infernal. Preciso estar com muita sede. Sem escrever eu não existo, é como muleta para o aleijado.” 

Peço licença para incluir nesse processo também a leitura, pois a encontro como necessidade, razão para prosseguir...
Partilho da “anarquia mental” sofrida por Danuza Leão, pois os rótulos e as definições encarceradas não conseguem me prender. Os clássicos são fundamentais, mas não posso esquecer-me das minhas primeiras leituras com toda a fruição citada por Barthes, e ela aconteceu com o “Feliz Ano Velho” do Paiva.
Recomendação de meu pai o devorei em dois dias... E senti-me tão próxima do Marcelo que ali compreendi o que era a humanização do Cândido e anos depois, recordando a experiência, entendi a o processo catártico de Aristóteles, sentindo a “tragédia” do protagonista.
A minha fuga e perdição... Os meus momentos, únicos, individuais e coletivos ao interagir com personagens que depois da página 77 tornam-se membros da minha família.
O meu processo de autoconhecimento, de abstração, de reflexão e de solidão...



Parte II



Quando criança, recordo-me de estar na sala do dentista e de todos ao meu redor estarem lendo. Aquilo de algum modo me desafiava a imitá-los, mas eu ainda nem era alfabetizada e como podia fazê-lo? Então eu peguei uma revista e comecei a olhar as letras e pra fingir a leitura, eu cantava uma música do "indiozinho" para mim mesma, só para poder movimentar a boca e falsificar a prática. 
Aquele dia, de alguma maneira, marcou uma busca que até hoje não teve fim... Depois de alfabetizada mantive uma relação de amor e ódio com os livros... Ódio porque me atrevia a ler aquilo que ainda não entendia e quando isso acontecia, eu logo desistia, mas o bom é que não durava muito tempo...
Até conhecer na adolescência o depoimento de algumas pessoas que revolucionaram a minha relação com a literatura... Descobri a "Christiane F", no auge dos meus 13 anos e me senti a mais poderosa das adolescentes por conhecer a história dela... E daí em diante, desembestei... Aprendi a "anarquia mental" da Danuza cedo, e fui convivendo com o Marcelo Rubens Paiva e o Machado na mesma proporção... Vaguei muito, de Coelho até Verne... até conhecer João Cabral... com ele descobri que não podia mais viver sem aquele contato...
A minha escrita não podia ser diferente também... Num primeiro momento um relaxo só, até perceber que eu podia conquistar "coisas" com ela... Logo ela virou um primor, a letra redondinha e a persuasão uma amiga... Na adolescência ela me consolou por muitas noites, era o meu exorcismo, eu vociferava, berrava, bramia escrevendo, somente no papel, a fala era muda. 

Com os anos vieram as teorias, as técnicas, as normas e confesso que elas me tolhiram um pouco, mas sobrevivi ao medo, encarcerando meus assombros com as regras e assim pude transcender os limites que eu mesma impunha...
Hoje me permito errar...









3º DEPOIMENTO por SUELI PEREIRA DA SILVA



Me recordo de minha infância quando estava na 1ª série com 7 anos de idade, a 1ª professora que se chamava Carmem, jamais vou esquecê-la, ela ensinou-me a ler e escrever. Quando aprendi a ler queria ler tudo, lembro que o 1º livro que li foi: "Histórias de Tia Nastácia" de Monteiro Lobato, a história foi tão cativante que tinha a impressão que estava participando dela. E após isso, queria mergulhar nos livros. Outro livro que marcou muito foi: "Cristiane F", li quando estava no ensino médio (antigo 2º grau).






De qualquer forma, sempre há algo ou alguém que nos influenciem e incentivem na leitura e escrita e isso é de extrema importância, principalmente como professores conhecedores dessas habilidades que os alunos devem e são capazes de ter.

Concordo plenamente com o depoimento do ex professor da USP de Literatura: Antônio Cândido "A literatura enriquece a nossa percepção e nossa visão de mundo" e com a entrevista do Gabriel, o pensador que a avó o ajudou a ler, ou seja, a família o incentivou e também com a ajuda de sua professora.


4º DEPOIMENTO por ELIS REGINA RIBEIRO



Antes de ler os depoimentos ou ouvi-los, resolvi fazer uma seleção das pessoas indicadas e definir quem eu poderia observar primeiro. Cheguei à conclusão que o primeiro seria Gabriel, o pensador e depois Gilberto Gil. Percebi que o depoimento de ambos era muito parecido, pois os dois artistas, através de situações cotidianas foram levados a conhecer, se interessar e aprender a leitura ainda crianças na casa da avó. Então me identifiquei de imediato, pois foi exatamente isso que aconteceu comigo. Na casa de avós, tios e tias, amigos próximos é que tive contato com os famosos “causos”, histórias reais ou imaginárias, não sei, contados no interior, por pessoas muitas vezes sem domínio da leitura ou escrita, porém com uma sabedoria de vida infinita.Para a leitura do depoimento, escolhi Antonio Cândido pela admiração que já tenho por ele. E qual foi minha surpresa! Ele afirma que a leitura traz um processo de “humanização”, leva-nos ao “exercício da reflexão (...), o afinamento das emoções (...), a capacidade de penetrar nos problemas da vida (...), o cultivo do humor”. 

Tudo aquilo que senti quando teimosamente e insistentemente pedi à minha mãe que me levasse a uma escola, pois eu queria conhecer mais e mais histórias e poder lê-las e contá-las aos outros também, aos cinco anos de idade!A minha sorte foi que amiga da minha mãe era professora da escola municipal no sítio onde eu morava e começou a me levar à escola como sua “ajudante”. Os alunos eram muito maiores que eu, e frequentavam uma classe multi seriada. A professora Lídia começou a me observar e aplicava as atividades referentes à primeira série para mim e eu fazia todas as lições e comecei acompanhar os alunos da turma. Então, ela levou meu caso à coordenação da escola para me matricular, mas a resposta foi negada  pela idade. Mas como a professora Lídia é uma pessoa maravilhosa ela não desistiu. Levou minhas atividades e mostrou a todos. Então, foi pedido que esperasse eu completar seis anos, no mês de junho, e então conversaria com Secretaria de Educação do município.Meu presente de aniversário naquele ano, foi poder me matricular na escola, pois já sabia ler e escrever. Graças à minha linda professora Lídia, ao término do ano letivo, eu estava promovida com nota 100 em nas matérias de Português, Matemática e Estudos Sociais.Ps. Tenho o boletim guardado de lembrança!


Sítio do Picapau Amarelo


A Turma do Sítio do Picapau Amarelo 


Conheça os mais famosos personagens da literatura infantil brasileira e seu criador!


Imagine você agora em um sítio, longe da poluição e da correria das cidades grandes.Lá, você vai ouvir as fabulosas histórias de Dona Benta, uma velhinha simpática, e brincar com seus netos, Pedrinho e Narizinho.
Não se assuste se uma boneca de pano passar correndo e gritando ao seu lado: é só a Emília, fazendo mais uma de suas travessuras.
Nesse sítio, tudo é possível: os animais falam e tem até o Visconde de Sabugosa, um sabugo de milho que é cientista!
E aí, conseguiu imaginar?
Pois esse lugar existe e chama-se Sítio do Pica-pau Amarelo.
Para ir lá não precisa sair de casa: basta abrir os livros de Monteiro Lobato, o maior escritor de histórias infantis que o Brasil já teve.
Seus livros encantam crianças há cerca de 70 anos. Pergunte a seus pais: com certeza, eles cresceram ouvindo essas histórias.
Nos livros de Monteiro Lobato, há uma fascinante mistura do folclore brasileiro com o de outros povos.
Com a turma do Sítio do Pica-pau Amarelo, você fica conhecendo não só as curiosas criaturas que habitam nossas florestas, mas também personagens da mitologia grega, como Hércules. E ainda encontra velhos conhecidos seus, como Peter Pan, Popeye e o Gato Félix.
Entre uma aventura e outra, você descobre mundos incríveis, graças ao pozinho mágico de pirlimpimpim, fabricado pelo Visconde.
Com uma pitada desse pó, você pode ir a Hollywood, a terra do cinema, ou conhecer a Grécia Antiga e encontrar o Minotauro, criatura mitológica que é metade homem e metade touro.
É pouco? Que tal então ir à Lua e ver que a Terra é mesmo azul ou diminuir de tamanho até ficar da altura de um inseto?
Parece ficção científica!
Além de divertidas, as histórias de Monteiro Lobato são instrutivas, recheadas de informação: a viagem à Lua é uma aula de astronomia; enquanto você conhece a Grécia, descobre a História. Com a turma do Sítio, aprender é uma aventura.

Monteiro Lobato ficou muito famoso pelas histórias que escreveu, mas fez também livros para adultos. Em um deles, inventou Jeca-Tatu, um caipira sem instrução. Com ele, o escritor tentava chamar a atenção das pessoas para as más condições de vida de grande parte da população brasileira.

O autor também traduzia histórias de escritores estrangeiros, como Alice no País das Maravilhas, As Viagens de Gulliver e Robinson Crusoé.
Além de escritor e tradutor, Monteiro Lobato foi diplomata, jornalista, advogado e fazendeiro.
Ele nasceu em 1882, em Taubaté (São Paulo) e até que morresse, em 1948, se preocupou muito com os problemas do Brasil. 

Foi uma das primeiras pessoas a se engajar na preservação da natureza e lutava para que as pessoas tivessem saúde, educação e uma vida mais digna.

As aprendizes...

Bem vindos!

A criação deste blog está intimamente relacionado aos nossos propósitos educacionais. Professoras por formação e vocação, criamos essa ferramenta visando a compartilhar nossas experiências, interagir e divulgar nossos trabalhos e propostas.

Sintam-se em casa para comentarem e acrescentarem vida a esta ferramenta!

Amplexos,

A equipe.

Aparecida Pereira da Mota
Mauá-SP 

Possuo dois cargos como professora de Língua Portuguesa no Estado de São Paulo, apesar das dificuldades eu gosto do que faço. Adoro almoço e aniversário em família, quando todos estão presentes. Gosto de ler, fazer palavras cruzadas, ouvir boas palestras e aprender sempre. Me considero uma pessoa sincera, mas muitas vezes não falo o que penso por medo de ofender o outro.







Thaís Mota Diniz
São Bernardo do Campo-SP 

"Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo…
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura…"


Gosto bastante desse excerto e não só pela beleza e singularidade nele expressa, mas porque posso me sentir um pouquinho maior, já que fisicamente não excedo nem 1,60 m... 

Caieiro consegue ainda retratar minhas convicções, demonstrando que é possível ir além da aparência física das coisas, que podemos exceder limites, até quando isso parece impossível!

Atuo como educadora porque ainda acredito no outro e na maneira como podemos nos transformar enveredando-se pela Educação. No dia em que a dúvida vencer, darei lugar àqueles que motivados continuarão esse trabalho, não permitirei que a minha irresponsabilidade interfira diretamente na vida do meu próximo.

As minhas preferências literárias e musicais variam de Orwell com "1984" até "Feliz ano velho" do Paiva. Sou fascinada pelos pernambucanos João Cabral e Lenine e sempre paro para assistir ao "Como se fosse a primeira vez" ( a utopia de uma mulher).

Sueli Pereira da Silva
Mauá-SP 
Sou professora de Língua portuguesa e Língua Inglesa do Estado numa escola chamada Iracema Crem localizada no mesmo município que moro. Gosto muito de lecionar nessa escola e principalmente os meus alunos do ensino fundamental II e Ensino Médio. Ministro aulas nesta unidade escolar desde do ano 2000, o mesmo ano que meu filho Vitor de 12 anos nasceu, mas estou na rede a 16 anos. Tenho mais uma filha de 4 anos e 7 meses, valorizo e me dedico muito minha família e meu trabalho, tenho um marido excelente que me apoia em minhas atitudes sábias.
Gosto de ler livros de literatura, o último que li foi "A cabana", também aprecio revistas interessantes, jornais e o mundo virtual. Gosto de ir ao teatro, cinema com meus filhos, já fui muitas vezes com os alunos (passeios culturais). A minha vida é corrida mas eu faço o que posso para ser eficaz nas minhas tarefas do dia-a-dia. Espero que esse curso me traga bons e novos conhecimentos para desenvolver com os meus alunos.


Dionice Regiani Nunes

Professora de Língua Portuguesa.










Elis Regina Ribeiro
Mauá-SP 


Professora de Língua Portuguesa.
Trabalho na Rede Estadual de Ensino há 20 anos. Gosto muito de música, livros e teatro.