sábado, 22 de junho de 2013

Situações de Aprendizagem

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM do Texto "Meu Primeiro Beijo - Antonio Barreto
Por Thaís Diniz
Tema: O beijo e a arte
Conteúdo: O estudo da crônica “O Primeiro Beijo” – Antonio Barreto; Retomada do gênero crônica e receita; Análise das obras de artes de Gustav Klimt, Constantin Brancusi e Rubens Gerchman; Estudos de ciências sobre as reações do corpo ao contato do beijo.
Público Alvo: 8ª Série (9º Ano)
Tempo Previsto: 10 aulas
Objetivo Geral: Fazer um estudo interdisciplinar sobre as relações humanas.
Objetivos Específicos: Entender a relação entre o texto e os personagens; Relacionar o texto a obras de artes (pinturas e esculturas); Entender a reação do corpo mediante ao beijo
Justificativa: Explicitar as reações humanas (sensoriais, emocionais, psicológicas e intelectuais) dentro das Artes (Literatura, Ciências e Artes)
Recursos: Crônica: “Primeiro Beijo” – Antonio Barreto; Imagens das telas de Gustav Klimt; Esculturas de Brancusi e Gerchman, Materiais recicláveis e materiais químicos para realização de experiências.
Avaliação: Fundamentados nos estudos interdisciplinares realizados, confeccionar um mural e um estande para uma exposição sobre “O beijo e a arte”, com “receitas” de um primeiro beijo, instalações e experimentos científicos.
Estratégias:
1º Passo: Nas aulas de Língua Portuguesa, antes de realizar a leitura do texto, promover uma discussão e enquete sobre: “O Primeiro Beijo”, com as seguintes questões:
Como foi o seu primeiro beijo?
Foi como você esperava?
Existe uma idade certa para ele acontecer?
O que é necessário para se querer beijar?
Existe um método certo?
Como o seu corpo reagiu?
Aguardar as respostas e direcioná-las para o texto;
2º Passo: Promover a leitura compartilhada e ininterrupta, atentando-se para entoação e estratégias de leitura;
Meu Primeiro Beijo – Antonio Barreto
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:
"Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso"
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:
- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto , juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por várias semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram...e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!

3º Passo: Solicitar por parte deles uma leitura silenciosa e o levantamento do vocabulário desconhecido;
(glicose, metabolismo, exausto, expressivos, perdigotos, albumina, etc)
4º Passo: Esclarecer o vocabulário e retomar as características dos gêneros: Crônica e Receita;
5º Passo: Fazer um levantamento sobre as expressões não entendidas e esclarecê-las, tais como: “Cultura Inútil”, “Culta”, “Paracelso”...
6º Passo: Levá-los à reflexão quanto ao tempo de duração dos gêneros citados e da relação dos personagens.
7º Passo: Discutir sobre a superficialidade das relações e seus encontros e desencontros.
8º Passo: Solicitar a ajuda da professora de Ciências para esclarecer os efeitos físicos e sensoriais que o corpo passa durante o beijo. E o auxílio da professora de Artes para introduzir e esclarecer as obras de arte sobre “O beijo”  e como elaborar instalações artísticas.
  


      
9º Passo: Após os estudos realizados acima, retomar o entendimento deles acerca do texto: Quais as reflexões que fizeram? A quais conclusões chegaram? Compreenderam as obras de arte? Apreenderam a essência do beijo em todas elas? Entenderam as reações pelas quais o corpo passa? Identificaram algumas delas?
10º Passo: Após esse levantamento, cada professor na sua disciplina promoverá o seu trabalho para a exposição:
Língua Portuguesa: Receitas de como se obter sucesso no primeiro beijo;
Artes: Maquetes e instalações artísticas representando “O primeiro beijo”;
Ciências: Experiências com materiais reagentes simulando sensações do corpo para “o primeiro beijo”


                   Sequência Didática

Texto: Avestruz                                   Por: Sueli Pereira
Autor: Mario Prata
Público Alvo: 7º ano.

A construção de uma situação de aprendizagem para explorar, desenvolver e ampliar capacidade de leitura, a partir das seguintes estratégias apresentadas nas etapas abaixo:

1º Ativação de Conhecimento de Mundo:

- O que vocês esperam encontrar em um texto que tem esse título?

- Vocês conhecem o Avestruz?

- Alguém já o viu de perto?

- Leitura do texto: Confirmação das hipóteses.

Avestruz
Mario Prata
O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto.  
Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio.
E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros - 2,70 para ser mais exato.
Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais.
Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor!
Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha.
Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima!
Podem gerar de dez a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento.
Ele insiste, quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer.
Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem.
Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu.
Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.

2º Localização de Informações:

- Quem é o filho? É uma criança ou um adulto? Quantos anos tem?

- O que ele pede de presente? Por quê?

- Onde o menino mora?

- Quais são as características de um Avestruz? Quanto tempo vive? Esse tipo de ave bota ovos?

- O menino poderia criá-lo dentro de um apartamento?

- O que é um condomínio? Quais são as regras sobre animais nesse tipo de residência?

3º Produção de Inferências locais e globais:

- Localizar no mapa do Brasil a cidade e a região de “Floripa”, mencionada no texto. E São Paulo, pertence a qual região?

- O que significa a frase: “Foi um erro da natureza”- há conotação (explicar com exemplos a definição de conotação).

- Quanto pesa um Avestruz? Vocês acham que ele é pesado mesmo? Ele é maior do que uma pessoa? Qual a utilidade dessa ave? Algumas pessoas usam para competição de corrida, vocês acham que isso é correto?

- O que seria: “Asas atrofiadas”?

- O que significa a expressão: “Struthio Camelus Australis”- Latim: língua morta (por quê?).

- Vocês sabem o que é TPM, Menopausa? (Interdisciplinaridade com a matéria de Ciências).

- Há no texto situações de humor? Cite-os.

4º Recuperação do Contexto de Produção:

 - Quem é o autor? Sua biografia.

- A que gênero pertence o texto? Quais são as características desse tipo de gênero?

- Em que veículo de comunicação podemos encontrá-lo? Quem o lê?

- Há um sentimento do garoto pelo Avestruz? Resgatar valores de preservar os animais.

- Vocês acham essa ave “feia” como é mencionado no texto? Resgatar os valores sociais e morais e a discriminação.

5º Intertextualidade e interdiscursividade:

Conto: O patinho feio

Era uma vez uma pata que estava a chocar alguns ovos. Os dias foram-se passando e chegou a altura dos patos nascerem. Mas havia um pato que era diferente de todos os outros. Era gordo e muito feio, a pata não gostava dele e só lhe dava desprezo. Os dias foram-se passando e os patinhos iam crescendo, o patinho já não aguentava mais que os outros irmãos gozassem mais com ele. Ate lhe deram o no de “Patinho feio”. Um dia a pata mandou-o embora e disse-lhe que ele era a vergonha da família e ele foi. Teve algum tempo a viver sozinho ao pé de um lago, ate que um dia encontrou alguns cisnes e começaram a falar ele disse que era feio. E descobriram que eram  irmãos disseram lhe que ele era muito bonito. E na verdade o patinho feio já estava muito bonito e era um lindo cisne. Então os outros cisnes levaram o patinho feio à mãe ela pediu-lhe desculpa e ficaram todos felizes.

Letra da Música:Xtudo e o Avestruz

papagaio, beija-flor, galinha, urubu, são aves
Na África vive
a maior ave do mundo.
é grande dá pra montar;
com um chute pode matar;
quando corre, chega a 70 Km por hora;
é capaz de comer
pedra, arame, galho, grama, relógio, anel,
bola de gude
COME TUDO!
X – Tudo é pernudo, pescoçudo,
tem pena macia
põe um ovo enorme
que parece melancia
É ave
mas não voa
Quem sabe o nome dela?
Nunca fala nada
come X-tudo.
A-ves-truz
é mu-do.
Hélio Ziskind

6º Percepção de outras linguagens:

- Gostaram do texto? Por quê?

- Em que momento lembra o seu dia-a-dia?

- Termos científicos:
Reino: Animalia
Filo Chordata
Classe: Ave
Ordem: Struthioniformes
Família e Struthionidae
Gênero: Struthio
Espécie: Struthio camelus
Comentar o uso do latim.

- Produção textual: Crônica * dar um desfecho diferente do texto lido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário